quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Teoria Musical ~ O que é um acorde???

Em música, acorde é a escrita ou execução de duas ou mais notas simultaneamente. Para alguns teóricos, o acorde só se forma a partir de três ou mais notas, reservando a palavra intervalo para a execução de duas notas simultâneas. Os acordes são formados a partir da nota mais grave, onde são acrescentadas as outras notas constituíntes. Por isso, um acorde deve ser lido de baixo para cima. A formação dos acordes, assim como as escalas, está intimamente ligada com a chamada série harmônica.
A não notação da música no período anterior à Idade Média não nos permite especular sobre a utilização dos acordes na música dos povos antigos, mas as características de alguns instrumentos, como a cítara, a qual permite a execução de várias notas juntas, nos leva a pensar na possibilidade de seu uso. Na música ocidental, os acordes aparecem com o surgimento da polifonia. No entanto, apesar de ocorrerem naturalmente no encontro de notas entre duas ou mais vozes, a música polifônica foi pensada muito mais como uma sobreposição de linhas melódicas do que uma formação harmônica. Nos primeiros motetos silábicos seria pressentida a origem de uma organização vertical na música, reforçado pelo movimento cadencial, que foi tomando importância com o passar dos séculos. O estilo falso bordão inglês, representado principalmente por Dunstable, pode ser considerado uma primeira tentativa de organização vertical da música, pela sobreposição de terças (ver: Terça maior e Terça menor) e sextas no encontro de notas entre as vozes. Mas, apesar da crescente conscientização das possibilidades harmônicas, só no Barroco, com a funcionalização da harmonia, esta ocorreu de fato. A escolha pelos modos maior e menor contribuiu para a teorização das leis dos acordes, onde sua concatenação partirá do pressuposto que todos os acordes baseados nas tríades montadas sobre uma escala diatônica se relacionam com as funções principais em uma música, isto é, funções de tônica, dominante ou subdominante.
Os acordes eram montados principalmente a quatro vozes, sendo a quarta voz uma duplicação da nota de outra voz, normalmente a fundamental ou a quinta. O acréscimo de novas notas ao chamado acorde de quatro notas se fará de duas maneiras distintas. A primeira, a quarta nota deixa de duplicar uma das vozes e passa a representar um retardo proveniente do acorde anterior, resolvendo em uma nota formativa do acorde. A outra maneira foi a inclusão de uma nota estranha ao acorde a partir do acréscimo de mais uma terça à tríade, formando o intervalo de sétima entre a fundamental e a nota acrescentada. Da primeira maneira, aparecem os acordes de 4ª e 6ª apojaturas, e da segunda, os acordes de 7ª (com destaque para o acorde formado sobre a tríade da dominante). Posteriormente, mais terças foram acrescentadas ao acorde de 7ª da dominante, formando o acorde de 9ª, com o acréscimo de uma terça, e o de 13ª, com o acréscimo de 3 terças à tríade do acorde. Posteriormente, a 6ª seria acrescentada ao acorde não na posição de 13ª, mas formando um intervalo de 2ª com a 5ª do acorde. Mais tarde, no romantismo (século XIX), novas escalas são inseridas, tirando a música do âmbito tonal e diatônico.
A utilização de acordes alterados, isto é, acordes com notas estranhas à escala em que ele está inserido, amplia ainda mais os recursos de expressão dos compositores. A inversão de acordes, propriamente dita, ocorre por várias vezes, causando uma "falsa idéia" aos ouvidos, fazendo, por vezes leigos, escreve-los erradamente, como por exemplo, em uma inversão do acorde de Dó maior (dó, mi, sol), qual seja mi, sol, dó; por vezes é escrito como mi menor com sexta, ao invés de dó maior em sua primeira inversão. Ocorria também a utilização de notas comuns a vários acordes de forma sustentada, que recebia o nome de pedal, ostinado ou obstinado, assim causava-se uma certa inquietação aos ouvidos com uma impressão de notas intemináveis, como nas cadências plagais (I, IV, VI) e ainda com um efeito antiplágio de músicos limitados não conseguirem distinguir perfeitamente o tom (modus) no qual a música era executada.
Os acordes podem ser classificados quanto à:

Posição:

  • cerrada: não há espaço para a colocação de nenhuma nota formadora do acorde entre as vozes de soprano e contralto ou as vozes de contralto e tenor.
  • aberta: há espaço para a colocação de notas formadoras do acorde entre as vozes de soprano e contralto ou as vozes de contralto e tenor.

Nota do soprano: 

  • define-se a posição de oitava, de terça ou de quinta a partir do aparecimento dessas notas no soprano.

Tríade formadora:

  • Perfeito maior: quando é formado sobre uma tríade maior.
  • Perfeito menor: quando é formado sobre uma tríade menor.
  • Imperfeito: quando é formado sobre uma tríade diminuta ou aumentada.

Inversão:

  • Estado fundamental: a primeira nota formadora do acorde (fundamental) aparece como base do acorde.
  • Primeira inversão: a segunda nota formadora do acorde (3ª) aparece como base do acorde
  • Segunda inversão: a terceira nota formadora do acorde (5ª) aparece como base do acorde

Modo de execução:

  • Simultâneo: as notas são executadas ao mesmo tempo.
  • Harpejado: as notas são executadas uma após a outra.

Quantidade de notas: 

  • os acordes podem ter 3, 4, 5, 6, etc. notas diferentes em sua formação

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